Luciano de Souza Santos
Pandemia e suas relações emocionais

Em tempo de pandemia, cuidar da saúde mental não é uma tarefa fácil, mas vale todo o esforço. Estamos passando por um momento de inúmeras incertezas. Por isso, é comum estarmos frequentemente em estado de alerta, preocupados, confusos, estressados e com sensação de falta de controle diante das incertezas do momento.
O Brasil já é considerado o país mais ansioso do mundo. Segundo pesquisas, a médio e longo prazo, um terço a metade da população pode vir a desenvolver alguma psicopatologia por consequência do novo coronavírus [1]. Para alguns profissionais, doenças como: transtorno de estresse pós-traumático; transtorno de ansiedade generalizada; transtorno do pânico; e fobias poderão ser diagnósticos mais frequentes no pós pandemia. Além disso, a ansiedade e o estresse, continuarão sendo os sintomas que impulsionarão as pessoas a procurar ajuda de profissionais como psicólogos e psiquiatras [2].
Mas mantenha a calma. Ter algum sintoma não significa, necessariamente, critério decisivo para ser diagnosticado com alguma doença psicopatológica ou psiquiátrica. A ansiedade, o estresse, a preocupação são reações “normais” em meio uma situação “anormal” [1]. Amenizar a intensidade dessas reações pode ser realizado com as seguintes orientações [3].
Evite o excesso de informações.
Procurar conhecimento e estar informado é importante e fundamental, mas cuidado, o fluxo constante de informações gera estresse e preocupação. Se informe em momentos específicos, de uma ou duas vezes durante o dia.
Estabeleça uma nova rotina no período de quarentena.
Determine um horário para acordar. Comece o dia com um bom café da manhã. Vista roupas confortáveis e crie um ambiente agradável para trabalhar. Não se esqueça, trabalhar de pijama e na cama pode não ser uma opção produtiva.
Cuide do seu corpo.
Cuidar do corpo é importante. Pratique exercícios. Coma alimentos saudáveis. Isso aumenta sua imunidade e contribui para redução dos sintomas da depressão e da ansiedade.
Esteja conectado com pessoas que ama.
O isolamento e a quarentena geram inúmeros sentimentos, dentre eles, abandono e rejeição. Use a tecnologia para se aproximar de pessoas queridas. Faça chamadas de vídeo. Isolamento não precisa ser sinônimo de solidão.
Faça psicoterapia online.
Se você já faz psicoterapia presencial, converse com seu psicólogo a respeito da possibilidade de realizar as consultas na modalidade online. Mesmo em isolamento ou quarentena, não deixe de realizar a psicoterapia. A psicoterapia online é uma medida recomendada para evitar o contágio do COVID-19 e cuidar da saúde mental.
Nesse período de quarentena e isolamento, dentre todos os sentimentos desencadeados, a ansiedade, provavelmente é o mais comum. Certamente, a maioria das pessoas ou todos nós já experimentou ou está experimentando a ansiedade. Reconhecer esse sentimento e saber lidar com ele de uma forma adequada é essencial para evitar complicações futuras e aumentar a qualidade de vida em meio a pandemia.
Tudo isso vai passar, é fato. Porém, o excesso de positividade pode ser prejudicial. Ser realista e estar ciente das condições atuais em que estamos vivendo é mais saudável e nos proporciona maior sensação de segurança e controle. Entretanto, se mesmo assim, for difícil reestabelecer um equilíbrio emocional, busque ajuda profissional. Isolamento e distanciamento social não precisam ser sinônimos de solidão.
Referências:
1. FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz (2020). Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia de COVID-19: Recomendações gerais. Brasília
2. Universidade Federal de São Paulo. (2020). Quais os principais efeitos da pandemia na saúde mental?. Disponível em: https://www.unifesp.br/noticias-anteriores/item/4395-quais-os-principais-efeitos-da-pandemia-na-saude-mental
3. Como lidar com os aspectos psicossociais e de saúde mental referentes ao surto de COVID-19. Versão 1.5, março 2020. IASC – Inter-Agency Standing Committee.
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